
domingo, 26 de julho de 2009
Um Beijo
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....
Criação
que é de inconsciência e de êxtase bendito:
os dois corpos são toda a Natureza,
as duas almas são todo o Infinito.
É um mistério de força e de surpresa!
Estala o coração da terra aflito;
rasga-se em luz fecunda a esfera acesa,
e de todos os astros rompe um grito.
Deus transmite o seu hálito aos amantes:
cada beijo é a sanção dos Sete Dias,
e a Gênese fulgura em cada abraço;
Porque, entre as duas bocas soluçantes,
rola todo o Universo, em harmonias
e em florificações, enchendo o espaço!
Olavo Bilac
Filho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de Delfina Belmira dos Guimarães Bilac, após o término da educação, iniciou o curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que não chegou a concluir. Tentou, então, a Faculdade de Direito de São Paulo que também não concluiu.
De volta ao Rio de Janeiro, passou a dedicar-se à literatura. Começou a trabalhar no jornal A Cidade do Rio, ao lado de José do Patrocínio. Neste jornal, conseguiu ser indicado correspondente em Paris no ano de 1890. De volta no ano seguinte, iniciou o romance O esqueleto, em colaboração com Pardal Mallet, que foi publicado no jornal Gazeta de Notícias em forma de folhetins e sob o pseudônimo de Vítor Leal.
Publicou diversas crônicas literárias no jornal A Notícia e colaborou com outros tantos jornais como A Semana, Cosmos, A Cigarra, A Bruxa e A Rua. Na qualidade de jornalista, foi grande incentivador do serviço militar obrigatório e da criação do Tiro de Guerra.
É como poeta, contudo, que Bilac se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração.
Informações oriundas do site Wikipedia e arquivos pessoais.
Nos próximos posts, tentarei esboçar alguns textos desse maravilhoso escritor.
Não esqueçam de comentar o que acham!
Paz, luz e sabedoria!
domingo, 5 de julho de 2009
Across the Universe - The Beatles
"Minha melhor composição dos Beatles..."
John Lennon
Se o próprio John diz, quem sou eu para duvidar!Uma música belíssima, com uma letra incrível!
Essa música do disco "Let it Be", último lançado pelos Beatles, possui uma harmonia e lirismo raro! Além de ser uma das músicas mais emblemáticas da é poca em que Lennon se aprofundou na cultura Indiana (não...não a mesma daquela bobagem exibida na Globo)! Nunca vimos Lennon tão "religioso" e consciente de seu papel na vida e, porque não, tendo alcançado uma espécie de redenção!Across the Universe é Lennon em seu estado puro!
Segue a letra traduzida e a original!
Através do universo
Palavras flutuam como uma chuva sem fim dentro de um copo de
papel
Elas se mexem selvagemente enquanto deslizam pelo universo
Um monte de mágoas, um punhado de alegrias estão passando por
minha mente
Me possuindo e acariciando
Glória ao mestre
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Imagens de luzes quebradas que dançam na minha frente como
milhões de olhos
Eles me chamam para ir pelo universo
Pensamentos se movem como um vento incansavel dentro de uma
caixa de correio
Elas tropeçam cegamente enquanto fazem seu caminho pelo universo
Glória ao mestre
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Sons de risos, sombras de amor estão tocando meus ouvidos
abertos
Me excitando e convidando
Um amor incondicional sem limites que brilha em minha volta como
milhões de sóis
E me chamam para ir pelo universo
Glória ao mestre
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Nada vai mudar meu mundo
Glória ao mestre
Glória ao mestre
Glória ao mestre
Glória ao mestre
Glória ao mestre
Glória ao mestre
A letra em seu original:
Words are flowing out like endless rain into a paper cup
They slither while they pass they slip away across the universe
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind
Possessing and caressing me
Jai guru deva
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Images of broken light which dance before me like a million eyes
They call me on and on across the universe
Thoughts meander like a restless wind inside a letterbox
They tumble blindly as they make their way across the universe
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
(x2)
Jai guru deva
Jai guru deva
sábado, 4 de julho de 2009
O Homem e o Super
A sombra do Deus morto ainda se faz presente no interior da caverna
Quem ainda a procura, perdeu a fé em si mesmo
Homens de fé são os que procuramos ser!
Homem de fé são os que poucos conseguem ter!
Surge o louvor! Surgem as súplicas!
Cansado de pisar pelas estradas da realidade
Exausto por chorar as mágoas das vidas não vividas
Quem mais, além de mim
Carrega a própria cruz?
Estenda-me suas asas, monstros da realidade
Escureça minha alma, clareando meu pensar
Homens de fé são os que procuramos ser!
Quem será o próximo homem? Qual será a próxima fé?
Sou o meu próprio e único mundo!
Desencanto - Manoel Bandeira
Enfim, Manoel Bandeira!
Um dos maiores nomes do Modernismo, e da Poesia nacional em geral, se faz presente aqui no Constante Poética, com esse poema clássico e arrasador.
Desencanto - Manuel Bandeira
"Eu faço versos como quem choraDe desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto
Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
Eu faço versos como quem morre."
O poeta descreve com tristeza e utilizando recursos metalingüísticos[2] ( naturais em sua escrita) sobre sua saúde debilitada e sua intensa necessidade de viver a vida em sua poesia, ou quem sabe, viver a poesia em sua vida?
"Eu faço versos como quem morre", "meu verso é sangue", apenas exemplificam tal condição !
Saboreie sem moderação!Paz, luz e sabedoria!
Novo nerdcast!LOST
Nerdcast parte 1, falando de Lost( a melhor seriado do mundo!).
Abraços!
Paz, luz e sabedoria!
http://jovemnerd.ig.com.br/