Saudações Constantes!
Sempre valorizando a arte, seja independente ou não, o Constante Poética abre as portas para a galera do QUARTO MUNDO! Quem são eles? Leia abaixo!!!!!!
Lançar quadrinho independente não é coisa de aventureiro, é uma empreitada de gente séria que desenvolve sua arte com profissionalismo e dedicação. Não é editora, não possui sede física, não é um grupo de investidores e não se limita somente aos atuais gestores, ou seja, não é nem empresa e nem panelinha, estou falando do selo Quarto Mundo, uma iniciativa editorial que ajuda a publicar e divulgar desenhistas independentes do Brasil. Para entender melhor, leia a entrevista que fiz com a equipe que mantém o projeto.
A entrevista foi respondida pelo conselho do grupo formado por Edu Mendes, Will, Daniel Esteves, Jozz, Alex Mir e Marcos Venceslau.
1 – Amigos, quando nasceu o Quarto Mundo? Em 2007, pela iniciativa de alguns autores que já estavam produzindo material desde os primeiros anos da década e então resolveram se organizar como uma lista de discussão na internet. Como as ações práticas de ir a eventos para vender suas publicações se tornaram comuns, constituir como coletivo foi o passo mais óbvio. Foi inaugurado oficialmente durante o 5º FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte.
2 – O que é Quarto Mundo?
É tudo aquilo que foi dito na introdução. É uma ideia, uma ideia de que pode haver uma organização e ajuda mútua entre todos os produtores independentes para que seus quadrinhos cheguem ao maior número de pessoas possível.
3 – Há alguns anos, li uma revista lançada pelo Quarto Mundo, o conteúdo era composto por duas histórias desenhadas por autores diferentes. Qual a política editorial de vocês, publicar obras com vários desenhistas juntos ou um por cada obra?
A política editorial do Quarto Mundo é a liberdade criativa total. É claro que não apoiamos nem mantemos em nosso catálogo publicações de cunho racista ou que façam apologia a qualquer tipo de preconceito. O conteúdo de cada publicação é de inteira responsabilidade do autor ou autores, que nesta função são os editores, é do editor a decisão de quem participa da revista. Justamente por apoiar a diversidade é que encontramos revistas dentro do coletivo que congregam desenhistas e roteiristas de estilos variados.
4 – Quantas revistas vocês lançaram? Dentre as obras e personagens lançados, quais vocês destacariam?
Mais de 100. Entre as revistas: Subterrâneo, Nanquim Descartável, Pieces, Tempestade Cerebral, Garagem Hermética, Quadrinhópole... Personagens: Ju e Sandra (Nanquim Descartável), Valkiria (Tempestade Cerebral), Sideralman e Demetrius Dante (Subterrâneo)...
5 – Os autores publicados por vocês necessitam investir financeiramente na impressão das obras, ou o selo mantém todos os gastos e investimentos?
Essa é a premissa básica para a participação. Como não é uma organização formal o Quarto Mundo não possui verba destinada para impressão das revistas. Existe um caixa que é usado para custear banners e, eventualmente, estandes em eventos, como é um a verba do coletivo ela é usada para beneficio comum e não pessoal.
6 – Onde vocês vendem e distribuem as revistas?
Principalmente em eventos, desde 2007 participamos em quase todos os grandes eventos de quadrinhos acontecidos no Brasil. Só não vamos mais longe porque estamos limitados pela disponibilidade de cada membro poder se envolver nesses eventos, tanto na questão de tempo como financeira. Eventualmente o coletivo arca com despesas de viagens daqueles membros que vão trabalhar efetivamente no evento. Os outros canais de distribuição são as comic shops e alguns espaços que não são tradicionalmente de quadrinhos, mas que aceitam vender nossas revistas.
7 – Caso algum desenhista queira colaborar ou ter suas histórias e personagens publicados pelo Quarto Mundo, qual é o procedimento?
O Quarto Mundo em si não publica nada, o que o autor interessado deve fazer é procurar diretamente os editores das publicações e trocar idéias sobre a possibilidade de participação na revista. No nosso blog tem o contato direto da maioria dos autores do coletivo.
8 – Qual é a opinião de vocês a respeito do quadrinho independente atual?
Está na sua melhor fase, a produção aumentou muito, basta ver a quantidade de lançamentos nos eventos mais recentes. Não é só a quantidade, mas principalmente a qualidade das publicações. Vale ressaltar que o Quarto Mundo não está sozinho, existem vários grupos, nomeados ou não, espalhados pelo país produzindo de forma independente e alcançando seu lugar neste novo cenário.
9 - Recentemente, o site MeuHerói tem concedido espaço para o DQB (Democracia ao Quadrinho Brasileiro) movimento que tem discutido nas mídias sociais e por meio de petição pública maior espaço e respeito aos quadrinistas brasileiros. O que vocês acham dessa luta?
Qualquer iniciativa que tem a intenção de melhorar as condições de qualquer meio cultural deve ser louvada. O importante é não se cometer excessos de parte a parte, precisamos lembrar que estamos todos juntos trilhando este caminho e que, à parte, objetivos e esperanças pessoais, o que importa é a valorização e o espaço para os quadrinhos e os quadrinistas nacionais possam mostrar seu trabalho e serem recompensados de forma justa por ele.
10 – Quais os futuros projetos do Quarto Mundo?
O Quarto Mundo pretende continuar incentivando e auxiliando editores de quadrinhos independentes, participando de eventos e, esporadicamente, lançando publicações que divulguem a produção de seus autores.
11- Enviem uma mensagem de ânimo aos jovens desenhistas brasileiros.
Produzam, aprimorem seu trabalho, façam parcerias, os caminhos estão abertos.
SAIBA MAIS EM:
Visitem o site do selo Quarto Mundo:
