Pode-se dizer que nove a cada dez fãs de quadrinhos adoram ver seu personagem transposto para outras mídias,
seja cinema, animações, games, romances ou qualquer outra linguagem. Os motivos para essa paixão variam desde
o mais puro fetiche, até o desejo do fã de ver seu personagem crescer e se expandir pelo mundo, ganhando cada
vez mais notoriedade e conquistando uma base de admiradores que não seria possível caso ele estivesse restrito
aos quadrinhos.
seja cinema, animações, games, romances ou qualquer outra linguagem. Os motivos para essa paixão variam desde
o mais puro fetiche, até o desejo do fã de ver seu personagem crescer e se expandir pelo mundo, ganhando cada
vez mais notoriedade e conquistando uma base de admiradores que não seria possível caso ele estivesse restrito
aos quadrinhos.
Dito isso, cabe lembrar que HQs diferem das demais mídias por terem qualidades intrínsecas ao gênero,
as quais não podem ser reproduzidas em nenhum outro lugar. Assim, sempre que uma adaptação é bem
sucedida, ela promove as alterações necessárias para que o personagem funcione fora dos quadrinhos.
Muitas vezes, essas alterações são berrantes, como o corte de uniformes dos X-Men nos longas de Singer
ou os lançadores de teia orgânicos do Aranha na trilogia de Raimi; noutras, são mais sutis como as
liberdades que Chris Nolan tomou na origem de Batman. é importante lembrar que existe ritmo em todas as
linguagens artísticas – e esse ritmo é diferente para cada uma. Compreender isso é vital para criar bons
produtos derivados. Logo, para que funcionem, essas alterações precisam ser feitas. Fora isso, vale lembrar que
elas dependem de uma visão correta dos envolvidos, em especial o diretor. Não adianta simplesmente promover
uma alteração pelo bem do roteiro, metragem, coesão ou do que quer que seja; do contrário, atrocidades como
Quarteto Fantástico e Lanterna Verde podem acontecer.
as quais não podem ser reproduzidas em nenhum outro lugar. Assim, sempre que uma adaptação é bem
sucedida, ela promove as alterações necessárias para que o personagem funcione fora dos quadrinhos.
Muitas vezes, essas alterações são berrantes, como o corte de uniformes dos X-Men nos longas de Singer
ou os lançadores de teia orgânicos do Aranha na trilogia de Raimi; noutras, são mais sutis como as
liberdades que Chris Nolan tomou na origem de Batman. é importante lembrar que existe ritmo em todas as
linguagens artísticas – e esse ritmo é diferente para cada uma. Compreender isso é vital para criar bons
produtos derivados. Logo, para que funcionem, essas alterações precisam ser feitas. Fora isso, vale lembrar que
elas dependem de uma visão correta dos envolvidos, em especial o diretor. Não adianta simplesmente promover
uma alteração pelo bem do roteiro, metragem, coesão ou do que quer que seja; do contrário, atrocidades como
Quarteto Fantástico e Lanterna Verde podem acontecer.
O que nos leva a um ponto em questão: filmar uma história praticamente quadro a quadro pode não ser
a melhor solução para uma animação. É o que fica claro quando se assiste a O Cavaleiro das Trevas Parte 1,
desenho animado que se presta a adaptar a maior história do Homem-Morcego de todos os tempos.
A animação é ruim? Não, longe disso! Ela é divertidíssima. Então, qual o problema?
a melhor solução para uma animação. É o que fica claro quando se assiste a O Cavaleiro das Trevas Parte 1,
desenho animado que se presta a adaptar a maior história do Homem-Morcego de todos os tempos.
A animação é ruim? Não, longe disso! Ela é divertidíssima. Então, qual o problema?

não podia ser filmado. Ainda que o filme resultante fosse bom, ele deixaria muuuuuito a desejar ao original e,
se não for para apresentar nada de novo, se não for para contribuir de alguma forma e, pior, se o resultado for
r denegrir a obra original, então para que fazê-lo? Apenas pelo dinheiro? Ora, há muitas formas de ganhar dinheiro,
certo? Então um filme deveria trazer algo mais a uma mitologia já estabelecida, ele deveria jogar no mesmo time
e ser um contribuidor, como foi o caso dos filmes de Nolan, oSuperman de Donner, os X-Men de Synger ou o
Homem de Ferro de Favreau. Em todos esses casos, há uma enorme contribuição para os personagens como
um todo, e não uma mera transposição para as telas, visando cifrões. Que, infelizmente, é exatamente o que o
expectador irá encontrar ao assistir este desenho. Não há nada de novo, e o que era bom, ficou mediano. Só isso.
Desapontado? Pois é, eu também fiquei.
Vejam bem, tudo aquilo que tornou o quadrinho icônico não está presente aqui; a narrativa gráfica inovadora não
pode ser reproduzida, assim como a arte de Frank e Klaus, apesar da tentativa de emulá-la. O clima de Guerra Fria
e paranoia que existia na época de lançamento da HQ não faz sentido para as gerações mais novas, e passa
despercebido na animação. Na verdade, um monte de coisa fica desencontrado. A passagem do tempo não é
detalhada adequadamente; tudo parece acontecer rápido demais. E, apesar de tudo ser seguido praticamente cena a cena
em relação ao original, quadro a quadro, o tempo todo fica uma sensação de que algo está faltando (a ação dos noticiários
conduzindo a história não fica tão legal na tevê quanto nos quadrinhos).
pode ser reproduzida, assim como a arte de Frank e Klaus, apesar da tentativa de emulá-la. O clima de Guerra Fria
e paranoia que existia na época de lançamento da HQ não faz sentido para as gerações mais novas, e passa
despercebido na animação. Na verdade, um monte de coisa fica desencontrado. A passagem do tempo não é
detalhada adequadamente; tudo parece acontecer rápido demais. E, apesar de tudo ser seguido praticamente cena a cena
em relação ao original, quadro a quadro, o tempo todo fica uma sensação de que algo está faltando (a ação dos noticiários
conduzindo a história não fica tão legal na tevê quanto nos quadrinhos).

Assim, frases icônicas, as melhores de todo o quadrinho, ficaram de fora. Eles (os produtores) poderiam ter dado um
clima noir ao desenho, incluindo uma bela narração em off, estilo Blade Runner, mas não seguiram esse caminho.
Resultado: a psique do Batman não pode ser tão bem explorada quanto na HQ; a dualidade dele com o Morcego
não fica tão clara (na HQ ele é praticamente esquizofrênico). Outras partes ficam bem pobres também; na luta
contra o líder mutante, Batman “explica” os golpes para ele, como o corte com a faca da mão na testa (que faz sangrar) e
o ataque ao deltoide (que paralisa o músculo). O efeito fica meio bobo em tela. A segunda luta, a propósito, mostra
o Homem-Morcego aplicando golpes de jiu-jitsu, quebrando braço e joelho do oponente. Bem legal.

Batman surge pela primeira vez na HQ, dando um salto no vazio e mencionando que a chuva batiza seu peito,
esse momento não existe na animação. Sim, ele aparece pulando, mas não aquela cena! Aliás, todas as cenas de
página inteira, que são as mais marcantes, foram cortadas. Por exemplo, quando Robin abraça Bruce Wayne todo
ferido na batcaverna ou quando Batman segura o corpo do general enrolado na bandeira americana. Fiquei esperando
essas imagens e, quando elas não vieram…
O desenho mostra mais sangue que os filmes e a trilha sonora faz uma ligeira ponte com a trilogia de Nolan
(uma tentativa da Warner de mostrar unidade?), mas era preciso mais. Era preciso algo que arrebetasse a boca do balão,
que não foi o caso. O Cavaleiro das Trevas – Parte 1 é uma diversão, não vai nada além disso. É um produto fraco
para uma HQ que é considerado um dos marcos da produção mundial.
(uma tentativa da Warner de mostrar unidade?), mas era preciso mais. Era preciso algo que arrebetasse a boca do balão,
que não foi o caso. O Cavaleiro das Trevas – Parte 1 é uma diversão, não vai nada além disso. É um produto fraco
para uma HQ que é considerado um dos marcos da produção mundial.