segunda-feira, 8 de outubro de 2012

ANÁLISE DA LETRA CONSTANTE: 1965 - DUAS TRIBOS

Saudações Constantes!



Dando um aperitivo para o nosso Podcast (Aguardem!), vamos a uma análise da letra 1965 -Duas tribos da legião Urbana localizada no disco 4 estações!

Postado e escrito por: Eduardo Rezende
Ajuda de: Ana Flávia Scavazzani e Letícia Mendes

Saiba mais em: http://olivrodosdias-interpretacao.blogspot.com.br/


Uma das mais belas canções da banda "Legião Urbana" talvez seja "1965 (Duas Tribos)", onde o tema tratado é a Ditadura Militar. A música fala inteiramente do pensamento da época, das ideias futuristas e do modo de vida da sociedade e do governo. O ano de 1965 foi o ano em que o Presidente Castello Branco decreta o AI-2 (Ato Institucional Número Dois): estabelecimento de eleições indiretas e cassação dos partidos políticos são suas principais medidas. Segue-se abaixo a análise (comentem depois): 

Vou passar
Quero ver
Volta aqui
Vem você
Como foi
Nem sentiu
Se era falso
Ou fevereiro

Aqui, podemos ver a indecisão, podemos ver as indagações, o que o governo fazia. Deixar tudo no ar, sem resposta direta. Nos da esse modo de confusão. Não se sabe como ocorreu, se era algo falso, verdadeiro. Algo real ou enganoso. O que é real ou não?

Temos paz
Temos tempo
Chegou a hora
E agora é aqui.
Cortaram meus braços
Cortaram minhas mãos
Cortaram minhas pernas
Num dia de verão
Num dia de verão

A nação, o local, tem paz, tem tempo, porém, chegou a hora (da mudança) e agora (a mudança) é aqui, na nação. Podemos observar nessa estrofe traços da Ditadura Militar, traços de tortura: "Cortaram meus braços/ Cortaram minhas mãos/Cortaram minhas pernas". Analisando isso, podemos nos preparar para o que segue-se. 

Num dia de verão
Podia ser meu pai
Podia ser meu irmão

O "Podia ser meu pai/Podia ser meu irmão" Isso refere-se à tortura, propriamente dita, onde quando não obtinham respostas diretas, apelavam aos parentes das vítimas, amigos próximos, etc., onde até obter-se a resposta, não parava-se a tortura, chegando muitas vezes, à morte.

Não se esqueça
Temos sorte
E agora é aqui

Agora é aqui. O que é aqui? Isso é um aviso, talvez uma crítica, referindo-se que agora, o lugar de "ter-se paz" virou um lugar diferente. Agora é "aqui" nesse lugar. Esse lugar mudou, e tornou-se algo diferente (reforça-se que eles tem sorte! - Ajuda)

Quando querem transformar
Dignidade em doença
Quando querem transformar
Inteligência em traição
Quando querem transformar
Estupidez em recompensa

"Quando querem transformar", pode ser interpretado diretamente como "Querem transformar".
"Querem transformar" dignidade em doença. Transformar o digno, o bom, em algo ruim, uma doença, assim como "querem transformar" inteligência em traição, mostrando que estão tornando a inteligência traidora, mostrando que essa traição (podemos lembrar os que traíam a confiança dos outros "dedurando" o que ocorria aos militares). "Querem transformar" a estupidez em recompensa, mostrado as pessoas fracas, que vendiam seus segredos em troca de recompensa do governo.



Quando querem transformar
Esperança em maldição:
É o bem contra o mal
E você de que lado está?
Estou do lado do bem
E você de que lado está?
Estou do lado do bem.
Com a luz e com os anjos



Digamos: "Há quem queira transformar", esperança em maldição. Mostrando a esperança de uma nação (antigamente "de paz"), tornando-se maldição, algo ruim. A esperança sendo destruída, e deixando de se tornar boa. Pergunta-se o lado da pessoa. Todos estão do "lado do bem", mas qual lado é o "bem"? O Governo que nos mantém calados ou os revoltados? São nada mais do que pontos de vista.


Mataram um menino
Tinha arma de verdade
Tinha arma nenhuma
Tinha arma de brinquedo



Mataram o menino. Mostrando a crueldade. O menino queria se defender... Ele tinha uma arma de verdade, o que para muitos não seria nenhuma, não teria valor, afinal, era uma arma de brinquedo. Tinha valor e realidade para o menino.


Eu tenho autorama
Eu tenho Hanna-Barbera
Eu tenho pêra, uva e maçã
Eu tenho Guanabara
E modelos revell



Aqui pode ser um diálogo, ou então até uma forma de se dizer que ele (eu-lírico) tem os objetos. Ele tem todas essas coisas (coisas de criança) que custavam caro, como o autorama. Isso mostra a infância do menino, mostra também, diferenças sociais (pelo preço dos objetos na época), porém, acho que foi retratado para dar o ar ao menino, a infância, seu modo de vida.


O Brasil é o país do futuro
O Brasil é o país do futuro
O Brasil é o país do futuro
O Brasil é o país
Em toda e qualquer situação
Eu quero tudo pra cima
Pra cima
Pra cima




"'O Brasil é o pais do futuro' dizem os ecos. É um país que será do futuro, e não do presente (como dito na música). É um país que crescerá."
Além de mostrar a situação do país, podemos observar, que mesmo com toda a situação em que se encontram,  numa sociedade sem esperança, ele (eu-lírico) quer "tudo pra cima", ou seja, quer tudo de novo, feliz, revirado. Quer a esperança que foi perdida. Saiba mais em:

2 comentários:

Anonymous disse...

mto bom

ursula disse...

nao sabia metade das coisas ditas