Saudações Constantes!
Ele é feio. Ele é raivoso. Ele é mal-humorado. Ele é um gênio!
Ele é Alan Moore, o maior roteirista dos quadrinhos de todos os tempos!
Hoje é seu aniversário e apesar da cara bizarra e de seu (quase-sempre) presente mau-humor, é cultuado por muitos!
Segue o texto do colega JMTREVISAN que demonstra porque ele é O cara!
Visitem o site dele: mtv.uol.com.br/hqmais/blog/porque-alan-moore-é-foda
Moore recusou crédito nos filmes baseados em sua obra – E aí alguém grita lá do fundo: “Tá louco, Trevisan? Essa foi a coisa mais escrota que o cara já fez”. E eu respondo: Não foi não, pequeno gafanhoto. Vamos começar pelo que não presta mesmo: A Liga Extraordinária.
É o velho caso de “alguém teve uma idéia muito legal que daria um belo filme, mas se a gente copiar vamos ser processados, então é melhor pagar o cara logo de uma vez”. Além da idéia base (personagens vitorianos se juntam para combater o mal) não tem nada ali que se pareça com o que o Moore fez. Ele não assinou e eu também não assinaria.
Em V de Vingança há várias mudanças, mas uma em particular tira substancialmente o peso da obra e justifica a birra do Sr. Moore. No quadrinho há um confrontoideológico entre ditadura e anarquia. No filme a briga é entre ditadura e democracia, em particular com a tal cena da multidão vestindo a máscara do V. Se você faz uma obra que é essencialmente de cunho político e alguém muda o teor da coisa, perde o sentido.
E aí temos Watchmen (que eu gostei, antes que alguém me atire uma dúzia de pedras). Em um texto chamado On Writing For Comics, de 1988, Moore fala sobre o processo de criar quadrinhos e ressalta duas coisas: a) o ramo dos quadrinhos precisa ser mais do que simplesmente o primo pobre da Sétima Arte e b) os quadrinhistas precisam parar de tentar copiar as técnicas do cinema nos quadrinhos e se concentrar no que só as HQs podem reproduzir. Watchmen representa a aplicação prática dessa teoria. Pensando desta forma – e provavelmente é este o raciocínio do Moore – não importa se o filme funciona ou não, se Zack Snyder fez um bom trabalho ou não: do ponto de vista artístico e levando em conta o que Alan Moore acha que os quadrinhos deveriam ser (um tipo de obra valorizado por si só, sem depender da validação do cinema para alcançar o grande público), Watchmen jamais deveria ter sido filmado.
Moore nunca teve medo de arriscar – Alguns roteiristas ou escritores encontram um estilo ou nicho em que se sentem confortáveis e empacam por ali. Moore nunca foi desse tipo. Depois de explodir na América, teve uma fase independente em que fundou sua própria editora, a Mad Love. Entre outras colaborações, embarcou na produção da maxi-série Big Numbers, sobre a vida de uma cidadezinha e a teoria do caos, mas o projeto não engrenou e jamais foi finalizado.
Nos anos 00, publicou seu selo America’s Best Comics pela Wildstorm, revisitou o gênero pulp e falou de misticismo e cabala. Também criou a Liga dos Cavalheiros Extraordinários e transformou um personagem tosco de Rob Liefeld (Supremo) em uma sincera homenagem à Era de Prata do Super-Homem. Mais recentemente, concluiu Lost Girls, uma HQ erótica que explora a vida sexual de três personagens da literatura infanto juvenil: Alice (Alice no País das Maravilhas), Wendy (Peter Pan) e Dorothy (O Mágico de Oz).
Seus atuais projetos incluem participação na produção de uma ópera com a dupla Damon Albarn e Jamie Hewlett (os reponsáveis pelo Gorillaz) e um fanzine de temas variados, chamado Dodgem Logic, que – de acordo com o site de sua filha Leah Moore e do genro John Rippion – custará duas libras e meia: “Tão barata e bonita quanto uma prostituta adolescente de arrasar corações”.
Moore escreveu a última história do Super-Homem – No meio da década de 80, a DC resolveu que era hora de arrumar a casa e botar ordem na zona que era a cronologia da editora. O resultado foi a maxi-mega-série, Crise nas Infinitas Terras (Marv Wolfman, George Pérez). Na prática, depois do evento cataclísmico, o multiverso iria para as cucuias, as origens de todos os principais personagens seriam recontadas e tudo o que aconteceu antes – Era de Ouro e Era de Prata inclusas – seria desconsiderado. Nesse rolo também estava o Super-Homem, que teria sua reformulação capitaneada pelo então super-star, John Byrne.
Para não jogar décadas de histórias clássicas no lixo e ao mesmo tempo homenagear a velha-guarda que ainda trabalhava na revista do Homem de Aço, a editora resolveu fazer uma última edição pré-crise. Um epílogo para Kal-El. Um último épico contando seus últimos dias. O resultado foi “O Que Aconteceu com o Homem de Aço?”, escrita por Moore.
Com a colaboração do lendário desenhista Curt Swan, do editor Julius Schwartz e de George Pérez na arte-final, Moore nos deu não só uma história simples, sensível e ao mesmo tempo fantástica, mas também um vislumbre de uma era dos quadrinhos que jamais retornará.
Moore foi o mentor de Neil Gaiman – Como muita gente, Gaiman foi apaixonado por quadrinhos quando criança, depois desencanou e acabou trabalhando como jornalista (escreveu até uma biografia do Duran Duran, aquela banda do tempo do seu pai). Até que um dia, quando esperava o trem, deu de cara com uma edição de Monstro do Pântano escrita justamente por quem? Exato. Alan Moore.
O barbudo já teria feito um enorme bem para a humanidade sem nem saber, se a coisa tivesse parado por aí. Mas não parou.
Na época, Gaiman resolveu enviar uma cópia de um de seus livros (Ghasltly Beyond Belief: The Science Fiction and Fantasy Book Quotation, co-escrito com Kim Newman) anexando uma nota que – como ele conta em uma entrevista no livro Sandman Companion (de Hy Bender) – dizia o seguinte: “Você me proporcionou diversão em enormes quantidades, te acho fantástico e aqui está algo que eu fiz. Espero que goste". Gaiman complementa, “Alan me ligou uma semana depois, dizendo ‘Seu bastardo! Perdi uma tarde inteira de trabalho lendo o seu livro!’. A partir daí passamos a nos falar por telefone”.
Oito meses depois os dois se encontraram. Gaiman estava curioso sobre como funcionava o processo de se escrever um roteiro e Moore mostrou a ele como estruturar uma história em quadrinhos, chegando a analisar as primeiras tentativas do pupilo. Ou seja: se Sandman existe, parte da culpa é de Moore.
Moore é devoto de um deus-cobra – Que, por sinal, nem ele tem certeza que existe. O bicho se chama Glycon e, de acordo com a wikipedia (porque, sinceramente, me recuso a pesquisar mais que isso), era cultuado pelos macedônios. Em um vídeo, Moore o descreve como “Irresistível, com seu corpo de serpente e uma cabeça como a de Paris Hilton”. Uma bobagem sem tamanho? Bem provável. Mas tem que ser muito foda para declarar esse tipo de coisa em público e ainda mais foda para continuar sendo respeitado depois disso.
POSTADO POR JMTrevisan
É isso Constantes, sempre recebendo gente nova no blog!
Paz, luz e sabedoria!
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5 comentários:
mUITO BOM ESSE TEXTO DO TREVISAN , CONSTANTE! BOM POST!
quando é q vc vai falar do watchmen Constante?assim, mais esmiuçado, entendeu?
Foda! Ah quando ao Watchmen, desculpa mas tenho as edições em português do primeiro lançaento , o cara foi no minimo fantastico!
Saudações "Anônimo" (Deixe seu nome na opção "Comentar como Nome/URL", se você não tiver um site, deixe o campo URL em branco e preencha somente o nome).
Obs. O nome mais recorrente dos comentários, não é João, Maria...È Anonimo!!!!!!!!!rsrsrsr
Alan Moore é um gênio. FATO!
Watchmen(junto com Cavaleiros das Trevas) é a maior história em quadrinhos de heróis de todos os tempos . OUTRO FATO!
Estive conversando com o Edwayne, e falamos brincando que Watchmen merecia no mínimo 12 posts, um para cada capítulo!
Aguardem Constantes, aguardem...Dezembro está chegando, cheio de novidades!
Paz, luz e sabedoria Constantes!
Allan...Você é o mesmo cara que publicou a história dos Vivos mortos...vc era tipo o roteirista? Aquela história é boa demais!!!!!!!!!! Se não foi, desculpe ai...
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